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sexta-feira, março 14, 2025
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Costa Beber aponta que trading com sede em Cuiabá desmatou área de proteção; veja vídeo

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Costa Beber, disse que a investigação de uma denúncia comprovou que a Cargill, multinacional americana com sede em Cuiabá, signatária à moratória da soja, desmatou áreas de proteção ambiental (APA) em 2022 próxima ao Rio Madeira, 14 anos após a política comercial ser pactuada. Costa Beber questionou a coerência da moratória e como os exportadores europeus de soja irão encarar a atitude da trading, considerando que se o mesmo fosse feito por um produtor brasileiro, a soja não teria valor no mercado internacional.

“Qual é a coerência? Como os compradores europeus que impõem a moratória da soja vão enxergar o ato que essa empresa cometeu? Vale lembrar que ela fez o desmatamento com autorização do Ibama, não cometendo ilegalidade. Por outro lado, temos que lembrar que os podutores (de MT) aos quais a moratória é imposta também estão dentro da legalidade”, disse Lucas Costa Beber nesta segunda-feira (10).

A Aprosoja destacou que o episódio envolvendo a Cargill evidencia a importância de garantir que as operações comerciais estejam plenamente alinhadas à legislação ambiental nacional, de forma “isonômica e transparente”, evitando acordos caracterizados como greenwashing – marketing com selo ambiental enganoso.

“A Aprosoja vai continuar investigando a ocupação dessas terras por grandes empresas denunciando a hipocrisia, incoerência e injustiça praticada contra os produtores e sociedade”, afirmou o presidente da entidade.

MORATÓRIA NO STF

Em fevereiro, a suspensão de lei estadual que retira incentivos fiscais a empresas signatárias à moratória da soja é discutida no Supremo Tribunal Federal (STF). A última movimentação foi a proposta de audiência pública do ministro Flávio Dino para pactuar acordo com os PCdoB, Psol, PV e a Rede Sustentabilidade, partidos autores de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). No entanto, as siglas não aceitaram debater alegando que o governo de Mato Grosso usa a situação para derrubar não só os incentivos, mas a moratória como um todo.

VEJA VÍDEO

Fonte: HNT

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