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domingo, fevereiro 2, 2025
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Risco no Senado? Aliados Pressionam por Retorno de Fávaro e Ministros ao Congresso

Aliados do presidente Lula (PT) avaliam que o governo enfrenta dificuldades no Senado, especialmente diante do fortalecimento da oposição e da reorganização da direita para as eleições de 2026. A preocupação cresce com a ausência de senadores da base aliada na articulação política do Congresso, o que tem enfraquecido o embate contra adversários do Planalto.

Interlocutores do governo apontam que a falta de parlamentares dispostos a defender publicamente o Executivo tem impactado discussões em comissões temáticas, negociações de projetos e a ocupação de espaços estratégicos no Senado.

Além disso, a estrutura de poder na Casa passou por mudanças. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, conquistou maior influência e garantiu espaço na mesa diretora e em comissões. Esse movimento se deu após o apoio da sigla à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a presidência do Senado, uma reviravolta em relação aos últimos dois anos, quando o PL ficou isolado após lançar Rogério Marinho (PL-RN) contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e sair derrotado.

Pressão pela Volta de Ministros-Senadores

Diante desse cenário, aliados de Lula defendem que ministros que foram eleitos senadores retornem ao Congresso para reforçar a base governista. A iminente reforma ministerial reacendeu essa discussão, com setores do governo argumentando que nomes como Carlos Fávaro (Agricultura) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social) fazem falta no Senado.

Um dos principais motivos para essa pressão é o desempenho discreto ou desalinhado dos suplentes que assumiram suas cadeiras. A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), suplente de Fávaro, tem posições alinhadas ao bolsonarismo e não vota sempre com o governo. Já Jussara Lima (PSD-PI), que ocupa a vaga de Dias, tem atuação pouco expressiva.

Outros casos preocupam a base. A suplente de Flávio Dino, Ana Paula Lobato (PDT-MA), assumiu o Senado após sua nomeação ao STF, mas sua influência política é considerada limitada. No entanto, por já ter assumido a vaga de forma definitiva, não há como reverter essa situação.

Já os senadores Renan Filho (Transportes) e Camilo Santana (Educação), que também integram a Esplanada dos Ministérios, são menos cotados para retornar ao Senado, pois ambos têm sido bem avaliados no comando de suas pastas e exercem influência política relevante para o governo.

Reforma Ministerial e Disputa por Cargos

A indefinição sobre a amplitude da reforma ministerial também gera especulações sobre o futuro de alguns ministros. A expectativa inicial era que um novo desenho do primeiro escalão do governo fosse definido após as eleições para a presidência da Câmara e do Senado, que ocorreram no último sábado (1º).

O nome de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, tem sido ventilado para substituir Fávaro no Ministério da Agricultura, o que motivou o PSD a se mobilizar para garantir a permanência do atual ministro. Além disso, há especulações de que Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, possa integrar a Esplanada.

Diante do risco de perder ainda mais espaço no Senado, aliados do governo também sugeriram que a senadora Teresa Leitão (PT-PE) assuma o Ministério das Mulheres, permitindo que seu suplente, o ex-deputado Sílvio Costa, ocupe sua cadeira no Congresso. Costa, pai do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), teve forte atuação na defesa da ex-presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, sendo visto como um nome combativo para reforçar a base governista.

Enquanto Lula avalia os próximos passos, o governo enfrenta um dilema: fortalecer sua presença no Senado para garantir uma articulação mais eficiente ou manter ministros estratégicos à frente de suas pastas para evitar desgastes na administração.

Da Redação

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