Os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário têm articulado medidas para a prorrogação de dívidas de setores que estão em dificuldades por conta da queda nos preços. Um dos segmentos é a pecuária de corte, por conta da redução na cotação da arroba, influenciada pelo ciclo pecuário.
O ministro Carlos Fávaro destacou que há possibilidade de prorrogação automática dos financiamentos, principalmente no Banco do Brasil. O Banco Central, após articulação do Ministério da Agricultura, também recomendou que as demais instituições adiem os vencimentos de pecuaristas com dificuldades financeiras.
“Os custos de insumos cederam, volta a uma normalidade. As perspectivas são de melhoras no mercado da carne em 2024 e em 2025 com preços mais remuneradores”, ponderou Fávaro.
O secretário substituto de Política Agrícola, Wilson Vaz de Araújo, disse que a Pasta está monitorando operações que fogem às diretrizes das prorrogações automáticas para analisar se poderá adotar alguma medida complementar.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que vai retomar a discussão sobre a criação de um “Desenrola” do campo com o Ministério da Fazenda. O objetivo é criar um programa amplo para renegociação de dívidas dos produtores rurais, em especial os pequenos.
“Temos um estudo em curso ainda, não concluído, que queremos concluir junto com o ministro Fernando Haddad. Temos conhecimento que muitos agricultores não conseguem tomar empréstimos em função das dívidas. Como o Desenrola foi bem sucedido nas cidades, vamos retomar o debate de um programa de Desenrola no campo brasileiro, voltado a todos os agricultores”, afirmou.
Sobre a situação da seca no Norte do país, Teixeira disse que é possível pensar em medidas específicas para os produtores do Amazonas, como foi feito para o Rio Grande do Sul, nos casos da estiagem e do ciclone.