Segundo o Iagro, Estado já contabiliza 1.537 óbitos causados pelo clima extremo e podem haver mais casos
Os pecuaristas de Mato Grosso do Sul continuam a notificar a ocorrência de mortes de gados por frio extremo na região do Pantanal e, com isso, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) registrou mais de 450 novos óbitos, somando até o momento 1.537 casos. O prejuízo financeiro estimado pela entidade agora chega a R$ 5 milhões.
Até o último sábado (17/6), o Iagro havia recebido 1.071 notificações de mortes de gado e a perda era projetada em R$ 3 milhões.
“Hoje temos uma notificação bastante grande, mas já de antemão falo que esse número deve ser muito maior. As pessoas estão indo para as fazendas, fazendo o levantamento”, afirmou o diretor-presidente da agência, Daniel Ingold.
Segundo ele, a expectativa de mais casos acontece, por exemplo, porque algumas vacas morreram deixando bezerros pequenos, de três a quatro meses, o que deve fazer com que estes animais mais jovens também não resistam às condições adversas.
Como aconteceu
Os municípios de Nhecolândia, Corumbá, Rio Verde e Aquidauana estão entre os atingidos. Houve cidades onde a temperatura, inicialmente, estava entre 30°C e 32°C, depois caiu drasticamente para uma mínima em torno de 5°C. No dia seguinte a este extremo, a máxima não superou 9°C, desencadeando a chamada inversão térmica que levou ao óbito dos animais.
“Em geral, os próprios animais se protegem, ficam onde há vegetação remanescente. Mas onde ocorreram mais mortes foram locais de campos abertos, então o animal realmente ficou exposto”, disse Ingold.
O que fazer
Ele alertou que agora a orientação é proteger o gado, concentrando os rebanhos em áreas onde haja proteção natural ou lugares de invernada, com barreiras laterais contra o vento.
“Gostaria de salientar sobre o descarte desses animais (…) tem que pegar uma pá carregadeira e fazer uma vala, para enterrar esses animais, se não vai gerar um problema que pode chegar a ser ambiental e sanitário”, ressaltou o executivo.
“A gente entende que é um problema seríssimo, mas agora temos que ter muita frieza e tranquilidade para não ter consequência sanitária ou ambiental”, enfatizou.
Fonte: Globo Rural