Inédito no país, o novo produto para o cultivo de milho é aplicado como spray nas folhas. Bactérias entram pelos estômatos e colonizam a planta
Acaba de chegar ao Brasil um biofertilizante com tecnologia inédita. Aprovado para uso no cultivo de milho, o Utrisha N, lançado pela Corteva, permite que as plantas fixem nitrogênio do ar, convertendo-o posteriormente em fonte de nutrição para os vegetais.
Cristiane Delic, Líder do Portfólio de Biológicos da Corteva Agriscience para o Brasil e Paraguai, afirma que os diferenciais do produto estão na redução de custos e no uso sustentável do solo.
“O nitrogênio é um nutriente essencial para muitas culturas agrícolas e também é um dos recursos mais caros. Sabemos que o aumento do nitrogênio potencializa a produtividade, mas precisamos pensar no uso sustentável do solo”, ressalta. “Ao utilizar a fonte inesgotável de nitrogênio da atmosfera, poupamos o solo e reduzimos a emissão de gases de efeito estufa”, completa.
O novo produto leva o nitrogênio do ar para dentro das plantas por meio da colonização de bactérias. De acordo com a Corteva, o produto é aplicado como spray nas folhas (preferencialmente na parte da manhã ou final do dia, para buscar temperaturas amenas). Após aplicação, as bactérias entram pelos estômatos e colonizam a planta.
Essas bactérias especializadas se alimentam dos subprodutos naturais da planta e crescem com ela, ficando disponíveis e atuantes ao longo de todo o ciclo produtivo.
“Como o produto permite que as plantas capturem nitrogênio do ar, ele é um ótimo aliado dos fertilizantes secundários e estabilizadores de nitrogênio. Juntos, eles permitem que as plantações maximizem sua absorção de nutrientes de fontes acima ou abaixo do solo”, relata Delic.
O produto já está disponível em outros países da América Latina, e Europa, além dos Estados Unidos. Em alguns casos, já aprovado para utilização em diversos cultivos, além do milho, indicação atual no Brasil.
Mercado
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda (19/06), Cristiane Delic comentou sobre as perspectivas da companhia para o mercado de biológicos.
“Trata-se de um setor em franco crescimento. A adoção de novas tecnologias deve se intensificar nos próximos anos, e o Brasil tem potencial para liderar o uso de biológicos no mundo”, avalia.
De acordo com a executiva, a expectativa é que o mercado global de biológicos cresça cerca de 25% até 2035. “Nossa companhia entrou nesse setor em 2019 e de lá pra cá só tem crescido. Acreditamos na oferta e uso combinado das soluções e na importância da produção sustentável e ambiente regulatório”.
Fonte: Globo Rural